terça-feira, 29 de dezembro de 2009

SÉRIE UFO - (O QUE SERIA) O ÚLTIMO ARTIGO




Boa noite.



Sempre que nos últimos meses olhava os céus em busca de algo incomum tudo o que via eram ou gaivotas ou urubus, em grandes ou baixas altitudes. Chegava a dar irritação. Mas compreendi que isto se devia ao meu próprio e voluntário distanciamento do tema ufológico de tempos a esta parte, por razões que expus parcialmente no texto anterior intitulado O Bom Bocado.



Bem; hoje, enquanto voltava do trabalho curtindo um calor daqueles num coletivo do Rio de Janeiro, vasculhava ainda uma vez, distraidamente, os céus azulíneos, límpidos, uma ou outra névoa boiando nas extensões para além das cordilheiras ainda verdes que recortam nossa cidade, quando de repente dei com uma coisa branca voando alto, mas muito alto, e para cima das névoas esparsas. Pensei cá comigo, sem me abalar muito, presa de uma modorra em parte motivada pelo calor, em parte pelo cansaço do final de dia de trabalho, a cabeça recostada no encosto do assento do veículo: "- Avião... Não pode ser outra coisa... apesar deste aspecto esquisito, de longe assim aparentemente abaulado demais para um avião..."



E me convenci de pronto pela versão do avião, tanto vinha me afastando por vontade própria de envolvimentos, ao menos de nossa autoria escrita, com um assunto cuja bagagem polêmica acaba eventualmente desestimulando os que nele se empenham, por uma razão ou por outra. Fui, assim, desinteressada, os pensamentos meio mergulhados noutras coisas, acompanhando o vôo daquele objeto esbranquiçado céus acima do coletivo onde me achava, se deslocando em velocidade até apreciável dado o horário de pico no Centro da cidade...



... quando de repente o objeto se volatizou... Sumiu, por assim dizer, sem mais nem aquela, e da maneira mais ilógica, do meu campo de visão, já que abrangendo com a vista a extensão azul para trás e para frente disponível ao meu alcance, uma coisa daquelas de modo algum poderia acontecer!



Mas aconteceu! Debalde me contorci no banco do ônibus esquadrinhando as alturas celestes, límpidas, ainda ensolaradas, de pouco depois das dezoito horas (a senhora sentada ao meu lado deve ter nutrido receios a meu respeito, se observou meus modos estranhos). Nada! Literalmente, o objeto, por assim dizer, desmaterializou-se do meu campo de visão!



Desisti; recostei-me, afinal, no banco, presa de inevitável aturdimento. Quedei-me em reflexões.



Aos poucos, todavia, insinuou-se-me algo estranho ao espírito sobre o episódio, conferindo-me indescritível estado de paz. Algo de origem desconhecida que parecia me segredar: Escute, agora entenda: tanto faz que abandone ou não a iniciativa de escrever sobre este assunto. Os fenômenos ufológicos, e quem os promovem, prescindem disso! Controlam absolutamente as ocorrências, então não se preocupe, assim como quando era criança, e também viu, tanto quanto em outras ocasiões!...



Imersa neste estado de peculiar alheamento, consenti. Era bem aquilo mesmo!



Quem controla os avistamentos são eles, não nós! Nem quaisquer escritos ou estudos, ou investigações, meus ou de quem quer que seja! E hoje obtive a prova: um avistamento no momento mais imprevisível, mais inusitado, e quando menos esperava, justo quando havia me decidido optar por uma orientação bem definida no meu trabalho literário!



Isto serviu para confirmar: não determinamos nada, pobres de nós, perdidos neste pixel que é a Terra comparada a gigantes cósmicos do porte de um Arturo ou Antares! Basta-me, portanto, este último e amigável "recado"...



Eles aparecem mesmo quando querem, e para quem querem! Guardo a convicção de que ninguém, talvez que no Rio de Janeiro inteiro, avistou, naquele momento, o curioso objeto branco voando tranquilamente naquelas altitudes vertiginosas!


E só me resta agradecer. Aguardar. E, sem querer pedir muito, que me distingam para um bate-papo construtivo aqueles dos nossos visitantes que estejam imbuídos na coexistência pacífica entre os muitos povos do Universo...



...mas quando me julgarem merecedora!



Enquanto isto, por ora prosseguirei na minha tarefa literária espírita, e, de resto, somente contemplando os céus, em busca destes avistamentos ocasionais e acalentadores em meio aos aviões e ao vôo plácido das aves.


Abraços a todos.


Christina Nunes













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